sexta-feira, 21 de dezembro de 2007

Bom dia, Babilônia, bom dia, tristeza, bom dia Vietnã, bom dia varal, bom dia tão normal


[Dorothy Lamour em http://www.nndb.com/]

O blog, blogueiro, coluna, quinta coluna, enfim, o subscrito, recomenda ao despertar a audição de: Varal, faixa 5 de O Romance do Pavão Mysteriozo, Ednardo do pessoal do Ceará. 1974, BMG Brasil.

Procurem nas prateleiras empoeiradas, desarrumadas, desconjuntadas, cascavilhem nos sebos, baixem o santo náutico.

Ednardo, na rede, espiando a paisagem da janela. Esperando: se der o carneiro vamo’simbora pros rumos do rio de janeiro e nada, fevereiro e, sorte, fortuna e felicidade, pra província um pouco mais alargada, pras mentiras-sorrisos, pros sorrisos-choros, teu veneno blue viajando num trem do interior rumo ao abismo noturno, pros prumos de 73.

No varal a roupa ao vento

E no vento a voz da rua

E na rua o transitar

Gente apressada a passar

Na parede o calendário

No calendário outro dia

E no dia a mesma espera

De nada esperar um dia

No umbral da porta já torta

A sombra, o sombrio olhar

E no olhar coisas mortas

Que ninguém virá velar


O assovio, o assalto

O assunto a semana inteira

Na esquina, no bar, na feira

E a roupa no seu varal

E esse dia tão normal

Tão normal, tão normal


No umbral da porta já torta

A sombra, o sombrio olhar

E no olhar coisas mortas

Que ninguém virá velar


[Ednardo – Tânia Cabral]

10 comentários:

Anônimo disse...

Depois conta aquela entrevista que você fez com ele...

Alex de Souza disse...

Ei,
Tudo bem que você vai escrever pro JH, mas num abandone este pobre espaço, plíize.

Ah, e se recuse a comentar novelas hehehehehehehe.

Rodrigo Levino disse...

bom, aos que não podem ouvir a música, eis o caminho pra baixar a discografia completa do homem:

http://sombarato.blogspot.com/search/label/Ednardo

midc disse...

sei não, lex-sex-sed-lex: estou partindo do mundo solitário dos blogs para o glamorous world do jornalismo local, com todo seu poder de fascínio pautado na grana, sucesso e mulheres - a propósito, vale mal de novela, não, mermão! se nosso maior crítico cinematográfico fala, por q não eu, a-ha, por q não eu...

Rodrigo Levino disse...

lex, deixe de frescura que eu não troco nenhuma novela de gilberto braga por 80% dos filmes nacionais, rs.

Anônimo disse...

mas é triste o que Ednardo canta, de Fausto Nilo, sobre a moça do retrato...

midc disse...

a primeira coca-cola é sempre triste, athe, ou de 'sabor azul estranho', q nunca mais será o mesmo, especialmente quando o perdemos...

Anônimo disse...

adoro dorothy lamour...
e, mudando de assunto, aproveito o comentário pra desejar feliz natal.
lissa

midc disse...

... embora o assunto não muda: ou é dorothy ou é lamour - feliz natal p vc também, lissa, e p todo mundo, seja lá o q isso signifique, mas, enfim, com toda a boa vontade e sinceridade...

Rodrigo Levino disse...

mas vou te contar, o estranhamento diante da primeira coca-cola não é de todo surreal. eu que cresci ainda no sertão de crise de gargata curada com lambedor e guaraná antartica, acho bem palpável. e lírico, diria, rs.