quarta-feira, 7 de novembro de 2007

História do olho, segundo Nathália de Sousa

[Guido Crepax]


Eu tenho uma cabeça de condessa
devassa, decapitada
dois minutos e meio depois da trepada.
Eu tenho um sexo sem nexo
que se entrega em doces refregas
no ar, no mar, na lama,
no vão das escadas e, sim, também na cama.
Ah, eu me entrego, não nego,
a cafajestes, religiosos, estrangeiros.
Aos que sorriem e me dizem:
J’ai t’aime, amore, I love you,
eu dou meus sonhos, dou meu juízo,
dou o meu cu.

[Nathália de Sousa, “Devassa” in Poemas devassos e uma canção de amor. Natal: Sebo Vermelho, 2006]

2 comentários:

Anônimo disse...

filha de chico doido de caicó. pelo verso se vê de longe. cabrita vadia!

Orf disse...

Vendo aí ao lado as lonjuras, lembrei de uns filmes disponives ali:

http://www.ubu.com/film/greenaway.html