Ponta do Mel, RN
Banho de mar em Ponta Negra, década de 50.
Os dois padres dentro d’água.
Um, mais calmo, reflexivo, mais ligado às cousas do espírito, sorriso beatífico sempre estampado no ar.
O outro, inquieto, agitado, poucas palavras, uma máquina para trabalhar.
“Um dínamo”, reconheceria o primeiro a respeito do segundo. E com um “ar de Savonarola”, poderia acrescentar o escritor americano John dos Passos (como realmente o descreveria em seu livro O Brasil desperta, Record, 1964).
Pois, estão os dois padres mergulhados nas águas de uma Ponta Negra bem diferente da atual. Onda pra cá, onda pra lá, os imagino num fim de tarde, maré baixa e águas mornas. Lá pras tantas o primeiro diz pro segundo:
- Fulano! Olha aquela jangada! Como é poético...
O outro, sem pestanejar:
- Sabe, Sicrano, hoje instalei no Bom Pastor o primeiro WC.
Eram Dom Nivaldo Monte e Dom Eugênio Salles. Em tudo diferentes, além das personalidades ímpares: o primeiro era de família pobre e dizia, sem constrangimento, ter passado fome na infância. O segundo era filho de desembargador e chegou a ser arcebispo do Rio de Janeiro, além de uma das vozes mais ouvidas nas entranhas do Vaticano.
Quem duvidar, basta dar uma espiada no livro do padre Alceu Ferrari, Igreja e desenvolvimento: o movimento de Natal (Fundação José Augusto, 1969).
Ontem, Diógenes da Cunha Lima lançou O semeador de alegrias, biografia de Dom Nivaldo. Ontem, o repórter da Tribuna ainda cutucou o autor:
- Mas, não é uma biografia tradicional. É mais um trabalho pessoal, uma coletânea de depoimentos...
O biógrafo informal Diógenes, que não é besta, poético como o Pe. Nivaldo e rápido como o Pe. Eugênio:
- Dom Nivaldo merece muito mais que um só livro. Esse é só o primeiro. Deixo a biografia conclusiva para os outros que virão depois...
Banho de mar em Ponta Negra, década de 50.
Os dois padres dentro d’água.
Um, mais calmo, reflexivo, mais ligado às cousas do espírito, sorriso beatífico sempre estampado no ar.
O outro, inquieto, agitado, poucas palavras, uma máquina para trabalhar.
“Um dínamo”, reconheceria o primeiro a respeito do segundo. E com um “ar de Savonarola”, poderia acrescentar o escritor americano John dos Passos (como realmente o descreveria em seu livro O Brasil desperta, Record, 1964).
Pois, estão os dois padres mergulhados nas águas de uma Ponta Negra bem diferente da atual. Onda pra cá, onda pra lá, os imagino num fim de tarde, maré baixa e águas mornas. Lá pras tantas o primeiro diz pro segundo:
- Fulano! Olha aquela jangada! Como é poético...
O outro, sem pestanejar:
- Sabe, Sicrano, hoje instalei no Bom Pastor o primeiro WC.
Eram Dom Nivaldo Monte e Dom Eugênio Salles. Em tudo diferentes, além das personalidades ímpares: o primeiro era de família pobre e dizia, sem constrangimento, ter passado fome na infância. O segundo era filho de desembargador e chegou a ser arcebispo do Rio de Janeiro, além de uma das vozes mais ouvidas nas entranhas do Vaticano.
Quem duvidar, basta dar uma espiada no livro do padre Alceu Ferrari, Igreja e desenvolvimento: o movimento de Natal (Fundação José Augusto, 1969).
Ontem, Diógenes da Cunha Lima lançou O semeador de alegrias, biografia de Dom Nivaldo. Ontem, o repórter da Tribuna ainda cutucou o autor:
- Mas, não é uma biografia tradicional. É mais um trabalho pessoal, uma coletânea de depoimentos...
O biógrafo informal Diógenes, que não é besta, poético como o Pe. Nivaldo e rápido como o Pe. Eugênio:
- Dom Nivaldo merece muito mais que um só livro. Esse é só o primeiro. Deixo a biografia conclusiva para os outros que virão depois...
2 comentários:
Interessante... hoje, por simples coincidência, como você, aliás, já viu, Diógenes está no Balaio. (E Cortázar é Cortázar, claro.) Mas, pra falar a verdade, não tenho boas lembranças de Eugênio Sales aqui no Rio não. Um abraço.
p você ver... o diálogo dos 2 padres, em 50, já aponta o rumo e o prumo q cada um tomaria nas décadas seguintes...
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