segunda-feira, 10 de março de 2008

O Selo


[Robert Crumb]



Tive um sonho estranho.

Lembram que os Long Plays vinham com um selinho impresso na contracapa dentro dum retângulo onde se lia DISCO É CULTURA – ?

Pois, no meu sonho, tudo, absolutamente tudo que pode ser negociável e comercializado, vinha com o mesmo selinho – só que em vez do DISCO É CULTURA, lia-se:

SEXO É BOM.

Foi na quitanda comprar banana pacovan?

- No selo azul, contraste com o amarelão da banana: SEXO É BOM.

A seda azul do papel que envolve a maçã argentina?

- A marca d’água multiplicada em tons clarinhos: SEXO É BOM SEXO É BOM SEXO É BOM SEXO É BOM SEXO É BOM SEXO É BOM SEXO É BOM SEXO É BOM SEXO É BOM SEXO É BOM É BOM É BOM É BOM É BOM É BOM É BOM

Nos brinquedos, ao lado do selo do Inmetro e daqueles alertas terríveis, desaconselhado para menores de tais anos porque contém partes comestíveis?

- A mesma marquinha, admoestação para o futuro da espécie.

Até nos jornaizinhos das missas, da santa madre igreja católica apostólica romana, finalzinho lá do pé de página, o dístico, beatificado, hosanado, consagrado e abençoado, décimo-primeiro mandamento da lei de deus:

- SEXO É BOM.

Seria uma maravilha.

Bom mesmo.

2 comentários:

Mme. S. disse...

nossa, bom mesmo!

Moacy Cirne disse...

Sexo é muito bom, já dizia o Novo Testamento.