“Florentino Ariza escribía todas las noches sin piedad para consigo mismo, envenenándose letra por letra con el humo de las lámparas de aceite de corozo en la trastienda de la mercería, y sus cartas iban haciéndose más extensas y lunáticas cuanto más se esforzaba por imitar a sus poetas preferidos de la Biblioteca Popular, que ya para esa época estaba llegando a los ochenta volúmenes. Su madre, que con tanto ardor lo había incitado a solazarse en su tormento, empezó a alarmarse por su salud. Te vas a gastar el seso – le gritaba desde el dormitorio cuando oía cantar los primeros gallos –. No hay mujer que merezca tanto. Pues non recordaba haber conocido a nadie en semejante estado de perdición. Pero él no le hacia caso. A veces llegaba a la oficina sin dormir, con los cabellos alborotados de amor, después de haber dejado la carta en el escondite previsto para que Fermina Daza la encontrara de paso hacia el colegio. Ella, en cambio, sometida a la vigilancia del padre y a la acechanza viciosa de las monjas, apenas si lograba completar medio folio del cuaderno escolar encerrada en los baños o fingiendo tomar notas durante la clase. Pero no sólo por las prisas y sobresaltos, sino también por su carácter, las cartas de ella eludían cualquier escollo sentimental y se reducían a contar incidentes de su vida cotidiana con el estilo servicial de un diario de navegación. En realidad eran cartas de distracción, destinadas a mantener las brasas vivas pero sin poner la mano en el fuego, mientras que Florentino Ariza se incineraba en cada línea.”
[Gabriel García Márquez, El amor en los tiempos del colera, Madrid: Mondadori, sexta edición, febrero 1988]
a tarde ardia com cem sóis
* * *
BRILHAR PRA SEMPRE
BRILHAR COMO UM FAROL
BRILHAR COM BRILHO ETERNO
GENTE é PRA BRILHAR
QUE TUDO O MAIS Vá PRO INFERNO
ESTE é o MEU SLOGAN
E O DO SOL
[Augusto de Campos \ Vladímir Maiakóvski in Maiakóvski – poemas, Boris Schnaiderman, Augusto e Haroldo de Campos, São Paulo: Perspectiva, 2003]
[Fotograma de Farenheit 451, de François Truffaut / Ray Bradbury]
6 comentários:
Maria
disse...
há muito tempo vi o filme Farenheit 451 (François Truffaut), mas não lembro: o poster é do filme? (choquei com os livros queimados!)
Saudades de um filme bom, este é inesquecível-Farenheit. Eu esperava o filme, via em sessões d emeia noite lotadas, bons tempos. Este livro eu tb comprei antes de sair em português, encomendei, li em espanhol, comprei depois em português, dei de presente- eu acreditava que teria na vida uma história semelhante, mas me enganei- ou os deuses não quiseram que fosse assim:( Cadê vc, rapaz? eu estive péssima, gripei, hj melhorei. Vc me deu uma ideia, vou procurar um bom filme e ver aq no pc, meu dvd quebrou e eu esqueço de comprar outro...:) cabecinha oca. bj Elianne
6 comentários:
há muito tempo vi o filme Farenheit 451 (François Truffaut), mas não lembro: o poster é do filme?
(choquei com os livros queimados!)
a foto é do filme, sim
hiiiiiiiii foi mal: acabei de ESPIAR lá embaixo. mico! desconsidere a pergunta e registre o choque queima de livros e sua representação simbólica.
agora é tarde - let it bleed
ok.pegando carona em garcia marquez. sem sois,sem brilho, em tempos de suina.
Saudades de um filme bom, este é inesquecível-Farenheit. Eu esperava o filme, via em sessões d emeia noite lotadas, bons tempos.
Este livro eu tb comprei antes de sair em português, encomendei, li em espanhol, comprei depois em português, dei de presente- eu acreditava que teria na vida uma história semelhante, mas me enganei- ou os deuses não quiseram que fosse assim:(
Cadê vc, rapaz?
eu estive péssima, gripei, hj melhorei.
Vc me deu uma ideia, vou procurar um bom filme e ver aq no pc, meu dvd quebrou e eu esqueço de comprar outro...:) cabecinha oca.
bj Elianne
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