Interna. Luz fluorescente. Verde pálida.
Um bando – a maioria homens, algumas mulheres –, todos nus, num banheiro. A água do chuveiro corre, franca, e desemboca no ralo. Estão todos de frente, uns pros outros. E de costas para as paredes azulejadas. Sobre o chão de ladrilhos, soltando espuma em profusão, um sabonete. Ninguém o toca, nenhum do bando se inclina para apanhá-lo. Não porque não o desejem. Apenas porque temem ser enrabados pelos demais caso arrisquem a manobra.
A água do chuveiro continua a correr, franca, como uma coluna líquida e quase palpável. Até sumir pelo ralo.
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