domingo, 21 de setembro de 2008

A felicidade é um revólver quente



A felicidade é um revólver quente.

O cano ainda fumegante.

O dedo ainda no gatilho.

A mão ainda na coxa.

Teu dedo em minha nuca.

Minha boca em tua língua.

A felicidade é um cão dobrando a esquina.

Longe das árvores.

Sob a sombra das copas.

A felicidade é um negócio ruim.

Quando bate, queima.

Quando fisga, morde.

Quando morde, rasga.

A felicidade é um cão dobrando a esquina.

Mas a felicidade do cão não é a mesma da esquina.

Um troço ruim.

Quando vem, machuca.

Quando queima, arde.

Quando arde, esquece de assoprar.

A felicidade.



Eu pensava que a felicidade fosse apenas um revólver sem balas.

Eu pensava.



Longe de mim, teu corpo fenece.




3 comentários:

Moacy Cirne disse...

Oi, há um texto seu no Balaio. Abraços.

Mme. S. disse...

Poema pra deixar a gente com gosto de poesia na boca. Em palavras mais singelas: bomdemais!!!

Anônimo disse...

todo poema é uma colagem...
do que està na mente de quem l^e... (maldito teclado!)
gostei de te conhecer.