sábado, 4 de abril de 2009

calor




Esse calor devora por inteiro as plantações que tenho em mim semeadas, corrói quase sem esforço sem pausa sem tomar fôlego sem cobrar propina o corpo em que deambulo na busca vã de.


Esse calor incêndio consome carnes pêlos planta dos pés onde nascem enguias e estrelas, onde crescem mato e artrites, onde fenecem sonhos, onde de mim escarnecem olhos dentes e.


Esse calor maltrata, chicoteia, açoita, lambe feridas, recolhe ossos, planta plantas devoradoras de homens, resvala feito alma bala perdida na placidez de outro corpo recolhido ao.


Esse calor inquieta. Julga. Molesta. Condena. Exila-me de ti.




3 comentários:

Moacy Cirne disse...

Oi, o "calor" atingiu o Balaio...

Um abraço.

Moacy Cirne disse...

Oi, o "calor" atingiu o Balaio...

Um abraço.

Mme. S. disse...

Eu vi! E o balaio me puxou para cá também! cheiro, S.