Com os restos da manhã alimentei teus pássaros.
Moça.
Pra que olhar pra cima e não enxergar a estrela escura do teu esconderijo?
Moça.
Uma gaiola tão dourada brilhando sob a chuva. Manhã.
Moça.
Quando da noite.
Da minha janela não vejo a tua.
Mas sei que estás.
Moça.
Sou apenas o rapaz que todas as manhãs varre a gaiola de ouro.
Moça.
Enquanto o sol te espana a face e teus dedos brincam com taça de cristal.
Moça.
O moço que não é pai de teus filhos.
O moço de uniforme para parecer tão igual.
Moça.
Enquanto tua boca se entreabre pedindo carícia.
E os olhos cerram e tateiam sonhos.
Moça.
Eu varro a sujeira dos pássaros para longe do ouro da tua prisão.
Moça.
Até que a manhã se vai e o alarido continua.
Batendo asas.
Moça.
Sem poder sair.
6 comentários:
o texto consegue ser ainda mais bonito que o título.
vou ser menos fina que a lissa...
num é lindo não, é a muléstia de lindo!
olha q coincidência: ainda ontem, na confeitaria atheneu lissa e mme. s. andavam lado a lado em bons e justos comentários.
então é por isso que senti minha orelha ardendo...
brincadeirinha - mas é bom saber que andam falando bem de mim.
na verdade só um poeta sabe sua identidade secreta...
legal mesmo! falando em confeitaria, bem que qq dia poderia eu estar de corpo presente né? um cheiro meu amigo.
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