[Leonard Cohen, fotografado por não sei quem]
Sol entre nuvens.
Mas as nuvens brilham.
Sol por trás das nuvens.
As nuvens se movem.
Deslizam.
Da esquerda para a direita.
Nuvens grandes. Como seios. Ao deslizarem sobre si mesmas, se arrastam, sem arrastar os coqueiros miúdos e o canto do pássaro.
– Na garganta.
Até os prédios tornam-se minúsculos diante de nuvens tão grandes assim.
Até as palavras somem diante de um silêncio que devora todo o inútil, todo o supérfluo, todo o excesso.
Só o amor merece exceder – gota d’água, tsunami.
As nuvens se espalham sobre a Cidade. Anel, abraço. Não vai chover. É tempo de verão. A manhã amadurece antes do tempo. Sem cair.
Um comentário:
cohen - 78 anos de vida iluminada. notei a influencia dele no seu texto, se me permite, e gostei bastante.
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