terça-feira, 13 de novembro de 2007

Desgraça de todos


Leio na coluna de Serejo, um dos poucos da velha ufrn a quem chamo sinceramente de professor, notícias sobre a também velha nova ponte – ditódos, niúton navarro, forterredinha, seja lá que apelídio o povo lhe dará.

Aprendi com ele, que aprendeu com o velho Luís Maria Alves, e copio, imito, descaradamente:

- Não pode ser verdade que o governo nunca aceitou de bom grado o nome do poeta, cronista, contista, pintor, escritor, dramaturgo, boêmio – enfim, tudo aquilo que meia dúzia de conterrâneos querem ser mas não conseguem, nem de cada vez quanto mais tudo junto.

- Não deve ser verdade que nenhuma linha das dezenas, centenas, milhares de textos que Newton deixou como herança para o Rio Grande do Norte não será publicada – em ao menos um folder! uma lâmina! um flyer! um dépliant! um panfleto! um opúsculo!

- Não deve ser verdade que não exista um só livro de Newton em circulação nas livrarias da cidade (a última edição, bancada pela Fiern há quase dez anos, encontra-se esgotada), a não ser nos sebos, com muita sorte e paciência.

- Não deve ser verdade que Dona Wilma tomará café da manhã com os coleguinhas da imprensa, falada, escrita, televisada e – uma ínfima parcela – arrendada, para apresentar (feito a Nossa Senhora Padroeira) um texto intitulado “Natal, um plano de Deus”, enquanto o texto “O caminho da cruz” resta esquecido sem ter uma alma pia que o desengavete, desempoeire, resgate.

- Não deve ser verdade que ninguém da Fundação José Augusto tenha alertado a ilustre administradora de nós todos que “O caminho da cruz”, texto de Navarro, está fazendo exatamente 40 anos da sua encenação pelas ruas do velho centro da cidade dos Reis, inclusive, na época, com um ator de peso, Celso da Silveira.

- Não deve ser verdade que Bruno Chateaubriand, Glorinha Távora Hildegard Angel, Madeleine Saad, Theo e Tânia Drumond e outras distintas celebridades, “todos com linhas poderosas na imprensa carioca”, e todos convidados para a Celebration de outros exatos 40 anos – desta feita da diretora do TAM, Hilneth Correia – vão sair de mãos abanando dos seus quartos na Via Costeira, sem nenhum souvenir que justifique por que a ponte recebeu nome tão esquisito.

- Não deve ser verdade que Chiclete com Banana vá tocar na inauguração da Ponte NEWTON NAVARRO; tampouco deve ser verdade que alguém tenha cogitado [a banda] Babado Novo, ainda que a belíssima, lindíssima, crooner, Claudinha Leite seja uma legítima cidadã natalense, por obra e graça de nossos bravíssimos edis.

- Como também não deve ser verdade que um dia, lá pelos idos de 1753 uma imagem bateu numa pedra do Potengi portando a mensagem Onde esta Santa parar nenhuma desgraça acontecerá.

Deve ter sido noutra cidade, noutro estado, noutro país, noutra galáxia.

5 comentários:

Anônimo disse...

que assuntos feios e imorais os desses dois últimos posts...muito mais divertidas as histórias do olho.

midc disse...

por esse - e pelos outros - q eu sinto falta de seus comentários, lissa! vão além do texto, melhorando a mensagem...

Anônimo disse...

abre o olho moçada! realmente, na imoral dessa história, a sacação de lissa enxerga longe, faz do cú um monge, da história do olho uma missa... vamos nessa, vamos lissa!

Anônimo disse...

...lissa faz a ponte entre os postes... e transcriando paulinho procópio: em cada poste tem um olho!

Anônimo disse...

obrigada, rapazes, é sempre bom ler o que vocês escrevem.