segunda-feira, 13 de agosto de 2007

Fragmentos de um poeta maldito II



Fragmentos de O livro de Tânia, Natal: Sar-Tipografia, 1963:



O poeta é um caça-minas do infinito. Escrevi este livro para fugir a uma grande dor e não fui compreendido. A mulher que eu canto, mora perto de mim, vejo-a sempre durante a noite e em algumas tardes que deixaram de ser místicas há muito tempo. E entretanto ela não me pertence.

Em sua face “existe um rio com luzes”. E eu continuo também distante. Esperando que aquele maldito capitão Abab do romance de Melville, desista de matar a baleia branca que não tem culpa do mal que existe no mundo.
Orelha de O livro de Tânia, Natal: Sar-Tipografia, 1963

Uma mulher pode ser um abismo, como também uma flor da montanha.
POESIA E TENTATIVA in O livro de Tânia, Natal: Sar-Tipografia, 1963

Tenhamos a humildade de um cisne. E a tranquilidade de um jarro chinês. (...) somos importunos por necessidade, insistentes por desconfiança.
POESIA E TENTATIVA in O livro de Tânia, Natal: Sar-Tipografia, 1963




Ama-me como um pássaro, como um estranho mar,
(...)
E assim então esquecerei.
Ama-me (...)
como uma onda,
E assim então para sempre.
Ama-me que sou um pássaro in O livro de Tânia, Natal: Sar-Tipografia, 1963



Uma voz eu ouvi, vinda não sei de onde,
Dizendo-me que, algum dia,
Eu faria uma viagem para muito longe.

Uma voz eu ouvi, vinda das pequenas ondas do mar,
Dizendo-me que, eu deixaria êste mundo por outro,
Esta vida, por outra vida melhor.
A voz in O livro de Tânia, Natal: Sar-Tipografia, 1963


Um rio nasce onde há ternura,
E morre onde começa o mar.
(...)
Um rio para viver, para sonhar, como um ninho de caniços,
Como um beijo de mulher.
O Rio in O livro de Tânia, Natal: Sar-Tipografia, 1963

cidadedosreis agradece a Salete Navarro, pelas ilustrações de Newton Navarro, e ao bravo editor Abimael Silva, que me emprestou sua “walflaniana” completa, por enquanto ainda comigo, zelosamente guardada.

Nenhum comentário: