terça-feira, 14 de agosto de 2007

Sabino



Impossível pensar em Sabino como “Padre Sabino”, ou “Sabino Gentili”. Para mim – e pra muita gente – Sabino era apenas Sabino. Alguém tão próximo, que nos tocava a alma, intimamente. Com um gesto, uma palavra, um sorriso, uma atenção. No meio de um trabalho duro e diário, que consistia basicamente em abraçar os problemas “dos outros”, dos pobres, dos desvalidos, Sabino sempre encontrava tempo para ouvir problemas banais, de pequenos ou grandes burgueses como eu.

O texto inédito, encontrado “ao acaso” e relatado no post anterior, faz parte de uma série de coincidências felizes: a entrevista que o arquiteto e urbanista Paulo Mendes da Rocha concedeu à CartaCapital desta semana (que mereceria ser lida pelos 21 edis da Câmara Municipal de Cidade dos Reis, pressupondo que são alfabetizados); a lembrança de uma outra entrevista de Mendes da Rocha à revista Trip, procurada e encontrada (outubro de 2001); mais uma entrevista do arquiteto, ontem na Folha (para assinantes); um artigo de Osair Vasconcelos nO Poti que me ficou na memória e foi reencontrado na net por esses dias ("Um troféu para a intolerância", que comunga e complementa aquele de Sabino); os últimos acontecimentos na Província dos Reis. Neste caso, só a coincidência é feliz – mas, apesar do triste episódio, nos resta um consolo: parte dele não foi jogado pra debaixo do tapete. E se o que Mendes da Rocha diz vale para qualquer cidade que incha rapidamente, o que Sabino escreveu sobre Mãe Luiza pode hoje ser amplificado para toda cidade do Natal: “para que todos lembrem que na vida há outros valores diferentes da ganância e do lucro acima de tudo.”


2 comentários:

Ana Ferreira disse...

Bom dia, gostaria de saber de quem é esta foto do Padre Sabino. Estou pesquisando fotos dele para colocar numa reportagem e gostaria de colocar o nome do fotografo nos créditos.
att
Ana Ferreira

midc disse...

é minha mesmo - p maiores contatos: marioivo@yahoo.com.br